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A diversidade dos sintomas dificulta a conclusão do diagnóstico pelo profissional. No autismo clássico, por exemplo, os pacientes apresentam deficiência intelectual alta e dificuldade no desenvolvimento da linguagem. Nos casos moderados, ainda existe a dificuldade de expressão verbal, mas eles conseguem desenvolver outro tipo de comunicação, através de desenhos ou imagens. “Existem sintomas autistas desde muito leves até níveis gravíssimos. O autista não necessariamente vai ter dificuldade de capacidade intelectual e cognitiva. Algumas vezes, eles são pessoas extremamente competentes e brilhantes, e profissionalmente conseguem ter sucesso. O importante é identificar a doença cedo. Quanto mais cedo ela for diagnosticada, mais cedo se institui um tratamento adequado e melhor será o prognóstico”, explica Borges.
Diagnóstico – A doença não tem cura, mesmo fazendo o tratamento a pessoa não vai ter uma vida social normal. Mas o trabalho de estimulação, o uso de medicação e a interação são maneiras de desenvolvimento, desde criança até a fase adulta. “Quando descobrem que a doença não tem cura os pais acabam desanimando e não investindo em tratamentos que iriam beneficiar os filhos. Não ter cura é uma coisa e não ter o que fazer é outra completamente diferente. Tem muita coisa que pode ser feita para ajudar, e muito, essas crianças e adolescentes. Temos que investir nesses casos”, atenua o psiquiatra.
Entre os motivos mais comuns que levam os pais a buscarem ajuda médica estão o constante olhar fixo do bebê e a falta de interesse por outras crianças. O tratamento e o diagnóstico errados fazem com que a criança seja pouco estimulada e perca a capacidade de se desenvolver. “Como não são avaliados por um especialista, muitos casos acabam sendo classificados como retardo mental, e na verdade não é isso. Eles têm dificuldade de interação, mas tem a fala e a inteligência intactas”, comenta.
Tratamento – O psiquiatra Marcelo Borges acredita que a falta de informação ainda é o maior dos problemas e chama a atenção dos pais: “Se conformar acaba piorando a situação. Procurem ajuda porque existe tratamento. Procure o Sistema Único de Saúde, vá ao CAPS”, enfatiza. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de atenção à saúde mental, estão em mais de 1900 municípios, são abertos para a comunidade e oferecem atendimento diário com psiquiatria, fonoaudiólogo, terapia ocupacional, e outros.
Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado nesses casos. Os pacientes exigem acompanhamento individual, de acordo com as necessidades e deficiências. Os tratamentos são realizados por equipes multidisciplinares e vão desde terapia ocupacional e psicoterapia, até a medicação com antipsicóticos, nos casos de pacientes mais graves. “A gente procura estimular o máximo possível nos tratamentos a questão da comunicação e da interação. O objetivo é que o paciente possa se comunicar melhor, se relacionar melhor com as pessoas”, explica Marcelo Borges.
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