terça-feira, 28 de maio de 2013

Novos caminhos na abordagem do autismo

O autismo é um transtorno caracterizado, principalmente, pelo prejuízo da sociabilidade. Os sinais aparecem antes do terceiro ano de vida: em vez progredir no desenvolvimento das habilidades, a criança não evolui. Isola-se, não interage nem com a mãe, não faz contacto visual, pode apresentar dificuldade de linguagem e comunicação e comportamentos agressivos ou restritivos, como ficar balançando o corpo para frente e para trás, entre outras características. O autismo não tem cura, mas o diagnóstico precoce faz toda a diferença, pois é o ponto de partida para o início de um programa de tratamento ​o.
Junto com outras doenças correlatas, o autismo é classificado como transtorno global do desenvolvimento. Actualmente  ganha espaço o conceito de transtorno do espectro autista (TEA), que categoriza tudo como autismo, inclusive as correlatas, considerando as gradações: leve, moderado e grave. Esse novo referencial facilita o diagnóstico, que nem sempre é simples, por causa da variabilidade de comportamento da criança com autismo.
Vindo da neurociência, o entendimento de que temos um “cérebro social” teve um papel importante na compreensão do diagnóstico do autismo, pois mostra que a forma como o cérebro funciona se reflecte no comportamento. Temos, por exemplo, uma cognição social, que nos confere habilidades, como a de perceber a emoção na face do outro ou de interpretar o contexto em que estamos para modular nossos comportamentos. Outra habilidade desse “cérebro social” é a capacidade de nos colocar no lugar do outro, criando empatia, factor importante nas interacções sociais. Crianças autistas apresentam alterações funcionais no cérebro que resultam em deficits de habilidades como essas.
Testes neuropsicológicos permitem identificar se o quadro da criança é compatível com o autismo, quais são as habilidades cognitivas mais prejudicadas e, a partir daí, planejar intervenções para desenvolvê-las. São actividades direccionadas, com metas estabelecidas e com monitoramento da evolução.
Quanto mais cedo o programa de intervenções começar, maiores são as chances de o autista se desenvolver melhor, com mais qualidade de vida. Por isso, se a família começou a identificar alguns sinais de que há algo diferente no desenvolvimento ou comportamento da criança, o melhor caminho a seguir é o do consultório do pediatra, neuropediatra ou psiquiatra infantil. Se houver suspeita de autismo, eles encaminharão o paciente para outras avaliações que permitirão a confirmação do diagnóstico – quanto mais precoce melhor.
Sinais de autismo nas crianças1. Dificuldade de relacionamento com outras pessoas3.    Pouco ou nenhum contato visual - não olha nos olhos4.    Aparente insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma situação de dor5.    Preferência pelo isolamento; iniciativa reduzida para o contato com outras crianças e baixa receptividade 6.    Rotação de objetos - brinca de forma inadequada ou não faz uso funcional do objeto7.    Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm problemas de sono ou excesso de passividade8.    Ausência de resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam de material adaptado9.    Não tem real medo do perigo - consciência de situações que envolvam perigo10. Ecolalia - repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal11. Recusa colo ou afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo12. Age como se não escutasse - responde de maneira inconsistente ao chamado do seu nome13. Dificuldade em expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral e/ou corporal (gestos)14. Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente ou diante de mudanças na rotina15. Irregular habilidade motora16. Desorganização sensorial - hipo ou hipersensibilidade, por exemplo, auditiva17. Comportamentos repetitivos e interesse restrito por temas específicos

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